Outro indício de que o pato não é muito popular, pelo menos no Rio de Janeiro, minha área, é que ele fica escondidinho num cantinho qualquer do freezer dos supermercados, e isso, quando tem. Eu não me lembro da minha mãe ter preparado pato nenhuma vez sequer. Não me lembro, também, de ver pratos com pato nos cardápios dos restaurantes... será que sou eu que passo direto tamanho o meu desinteresse? Bom, pelo menos para mim, isso está mudando.
Outro dia desses comprei um pato defumado achando que fosse frango defumado, "mico" normal aqui na Coréia. Com ele, fiz Gumbo para um dos desafios da Daring Kitchen. Já comecei a ter outros olhos para o pato, pois o prato ficou delicioso. Foi então, muito fácil comprar um pato fresco, inteiro, sem titubiar.
Pesquisei aqui e ali, e acabei aprendendo algumas coisas interessantes. É claro que você pode assar um pato como se assa um peru, por exemplo, em forno moderado por tempo mais longo do que um frango. Como o pato tem uma quantidade de gordura muitas vezes maior do que o peru e o frango, a tendência é que fique com uma carne macia e suculenta, como acontece com todas as carnes que tem capa de gordura. Aprendi, também, que a carne do peito é tão escura quanto a das coxas e sobrecoxas, mas é muito mais tenra e de preparo rápido, ou seja, pode ser tratada como uma picanha, digamos assim. Já as coxas e sobrecoxas necessitam de preparo mais lento e longo. Foi pelo peito, então, que comecei a preparar meu pato.
Segui as dicas de duas fontes: Maple Leaf Farms e um vídeo do Gordon Ramsey
Separei as partes do pato.
Separei os peitos e reservei as outras partes para outra receita (em breve aqui no blog).
O primeiro passo foi de acender o forno a 200°C e deixar aquecer bem enquanto preparava o restante. Ao acender o forno, coloquei lá dentro um refratário vazio para esquentar junto.
Fiz pequenos cortes superficiais na pele e temperei somente com sal grosso e pimenta do reino moída na hora.
Numa frigideira antiaderente FRIA e sem óleo, dispus os dois filés com a pele virada para baixo. Levei ao fogo baixo. Aos poucos a gordura começou a soltar e a fritar a pele. Nesta altura, a gordura começou a espirrar, portanto improvisei uma grade com umas folhas de papel toalha por cima somente para captar os respingos, pois a panela não deve ser tampada. Funcionou bem para não sujar muito a cozinha.
Quando a pele estava bem corada e crocante (uns 10 minutos depois), virei os filés e fritei somente mais uns 2 minutos para selar.
Retirei o refratário que estava aquecendo dentro do forno e dispus os filés com a pele para baixo. Devolvi o refratário para o forno pré-aquecido para terminar de cozinhar, por uns 8 a 10 minutos. Retirei do forno, aguardei uns 5 minutos antes de cortar para que os sucos da carne permanecessem dentro dela. Se você dispõe de um termômetro de carnes, poderá verificar com mais exatidão quando a carne estiver ao ponto, ou seja, quando ela estiver marcando 73°C bem no meio da parte mais grossa.
O resultado é suculento, delicioso, rápido, e se você ainda não é fã de pato, vai se converter como eu!
Obs:
Segundo algumas fontes, a gordura do pato é considerada uma das gorduras mais saudáveis e pode ser usada para substituir a manteiga no preparo de alimentos como por exemplo, legumes salteados. Portanto, você poderá aproveitar a gordura que ficou na frigideira, guardando em um vidro, com tampa, na geladeira para usar quando conveniente. Vou experimentar em breve.
Muito suculentos, delicioso!
ReplyDeletebj
http://ladyaofogao.blogspot.com
Tia, eu comi pato no tucupi em Belém. A verdade é que eu gostei do tucupi, do jambu que vem junto (é uma verdura que adormece a boa) mas o pato mesmo achei médio, com sabor muito forte e uma carne beeem escura. Mas eu tentaria outra vez, sem problemas...rs Eu nunca tinha visto pato no mercado aqui em São Jose, mas essa semana, nem me lembro onde, tinha uma placa de oferta escrito peito de pato. Coincidencia ne! rs
ReplyDeleteO seu pato tá com uma cara ótima!
bjosssss
Renata,vc acredita que minha sogra era craque em assar patos principalmente no Natal? Mas a tonta aqui, nunca quis experimentar por pura dó do bichinho,sempre fui fã do pato Donald e dos outros patinhos em geral rsrsrs adoro esses danadinhos. Mas me lembro que todos comiam e aplaudiam de pé.
ReplyDeleteEsses peitos estão parecendo deliciosos,me deixaram com água na boca como tudo o q vc faz, mas meu lado psicologico não deixaria me converter rsrs
Adorei o telhadinho improvisado pra não espirrar gordura rsrs Muito bom!
Quá...quá... beijkas
Maísa, entendo perfeitamente seu sentimento, pois tenho a mesma sensação quando se fala em coelho... não tenho coragem de comer, talvez por ser um bichinho de estimação para muitas pessoas.
DeleteObrigada pelo comentário tão carinhoso! Bjsss
Querida minha xará,
ReplyDeleteVocê conseguiu magrets de pato divinos!!!!
Que divinos!!! Ai, que vontade...vontade de jantar na sua casa...kkkkk!!!!
Tens razão, o pato aqui no Brasil é renegado a segundo plano, não sei porque, e o bendito ainda custa caro pra xuxu...fiz poucas vezes na vida...mas que é bom, isso é!
Fantásticos, vou olhar de novo...rsss
E em tempo, agradeço suas palavras tão gentis, e desejo a você também felicidades pelo famoso Dia das Mulheres!
Ai! Aprendi mais uma! "Magrets" de pato, muito chique esse nome!
DeleteOi, Re,
ReplyDeleteMeu pai era dado a criar animais em casa, que na minha infância
era como uma pequena fazenda.
Então tivemos porcos, ovelhas, cabras, galináceos, perus, marrecos,
patos, enfim, uma verdadeira fazenda, rsrs. Tivemos uma infância em que comemos provavelmente todo animal passível de ser consumido pelo ser humano, rsrs.
E os patos não eram raros em nossas panelas, pelo contrário. Por isso mesmo eu pensei em fazer um peito de pato como sugestão para o Valentine's Day, mas acabei desisitindo. O seu ficou supimpa, suculento, lindo e, com certeza, muito saboroso!
Um beijo e bom fim de semana, querida!
Ai ai ri muito com o comentário da querida Maísa ai de cima, só ela mesmo kkkkk
ReplyDeleteRê, vc acredita que nunca provei pato, vc disse que o primeiro prato que vem à sua cabeça é o pato no Tucupi, e a mim vem o Pato com Laranja, mas nunca provei nem um, nem outro, e vc está certa dificilmente se encontra aqui nos supermercados, quando se encontra. Ficou muito bonita a apresentação,e adorei sua explicação e passo a passo, excelente. Feliz dia das mulheres amiga. Embora um pouco tarde hehe. Bjocas
Renata,
ReplyDeleteEu sou incapaz de comer pato! Mesmo qd comia carne, coelhos, patos, lamb, vitela ou porqunhos bebé, foram animais que nunca consegui comer.
Olha, espero que o teu regresso ao Brasil seja apenas por se finalizar um ciclo e que n haja qq problema que te obrigue a voltar!
Qd estiveres de novo em casa com tempo e organizada, vamos ter mt prazer em te ter connosco.
um grande abraço e bom fim de semana
Engraçado, também não me lembro de ter comido pato. Meu pai os preparava antigamente, mas nunca tive coragem de experimentar. Talvez por em Sampa não ser algo tão "popular" assim.
ReplyDeleteQuando viajamos para o sul, vejo muito marreco nos restaurantes alemães, mas igualmente ainda não provei.
Diante dessa sua aula, desmistificando o pato, estou agora mais propensa a provar, em alguma oportunidade.
Parabéns pelo seu post!
Beijinhos
Renata,
ReplyDeleteEu já comi pato ao Tucupi. Uma delícia!!
Estou fora do Brasil e nunca mais comi. Meu marido achou no supermercado peito de pato e resolvi procurar uma receita para fazê-los. Acabei achando por aqui. Achei suculentos os que vc fez!!! Vou fazer e depois te falo se ficou bom!!! Bjs